20.07.10

De vez em quando eu reviro aquela caixa e espalho no chão nossas lembranças.  E me remeto à  nostalgia de fotografias. Então, um mergulho em palavras escritas de bilhetes e cartas. E assim de página em página, vou alimentando a saudade em mim guardada.

Os registros de um tempo que minha mãe já me falara - Não volta atrás.

Sinto falta de fazer nada. Sinto falta de andar de pattins. Sinto falta dos tantos e outros amigos; os bagunceiros. os implicantes; e também das patricinhas.

Sinto falta da naturalidade, mas também da simplicidade das amizades. Sinto falta das festas e fantasias. E também da apatia acadêmica. Sinto falta da cega confiança e de como me defendiam.

Sinto falta dos amigos que passaram pela minha vida. E dolorosamente do que se foram. Mas sinto  principalmente por aqueles que restaram. 

Sinto falta dos vizinhos e seus torneiros de Rua; da nossa ideologia barata; e também das centenas de horas na calçada de uma tarde. Sinto falta do jogo War e do baskete improvisado. Sinto falta das facetas para colar. Da minha prova voando pela janela e também do alivio em não reprovar.

Sinto falta de um tempo que não volta mais. Que não se repete. De um tempo a cada dia mais distante. Acho que apenas sinto falta de não sentir saudades.

À proposito, aquela minúscula parte que ainda se mantem...  Feliz Dia do Amigo. E obrigada  por serem esta pequena parte.